Quote da Semana

"Se você vai tentar, vá até o fim.
Caso contrário, nem comece."

- Charles Bukowski.

Resenha: Fahrenheit 451 por Ray Bradbury.

" - Os que não constroem precisam queimar. Isso é tão antigo quanto a história dos delinquentes juvenis." pág.130

Com um texto que condena não só a opressão anti-intelectual nazista, mas principalmente o cenário dos anos 1950, o livro de Bradbury mostra apreensão de uma sociedade opressiva e comandada pelo autoritarismo do mundo pós-guerra. A obra de Bradbury descreve um governo totalitário, num futuro incerto, mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instaladas em suas casas ou em praças ao ar livre. 'Fahrenheit 451' é dividido em três partes - 'A lareira e a salamandra', 'A peneira e a areia' e 'O clarão resplandecente'. O livro conta a história de Guy Montag, que no início tem prazer com sua profissão de bombeiro, cuja função nessa sociedade imune a incêndios é queimar livros e tudo que diga respeito à leitura.

Os distópicos tem liderado as listas dos mais vendidos, nesse últimos tempos. Com certeza você conhece, e provavelmente já leu, algum destes títulos: 1984, Jogos Vorazes, Feios, Gone, Destino, Starters, Delírio, O jogador número 1... A lista é grande.

Os distópicos me fascinam. Mas, até então só conhecia os Best Sellers atuais, desse género. Por isso fui atrás de Fahrenheit 451, para ler um clássico. E aconselho, se você gosta desse tipo de literatura, a ler também.

A sociedade criada por Ray Bradbury é uma típica sociedade distopica. Oprimem os pensamentos das pessoas, manipulam todo e/ou qualquer tipo de informação, apagam o passado, somem com as pessoas que são contra o sistema, são autoritários, usam a violência e justificam o uso dela uma forma insana, tornam as pessoas - pelo menos a maioria dela - completamente bobas e manipuláveis...

Fahrenheit 451 é a temperatura necessária para o papel pegar fogo. Nessa sociedade, livros são proibidos - e isso é o centro da trama. Os "bombeiros" tem a função de queimar todos os livros que encontrarem. Eles agora produzem incêndios, não apagam.

Guy Montag é um bombeiro, que acredita fielmente que queimar livros é a coisa mais certa a se fazer. Cresceu acreditando nisso. Vive a mesma rotina todos os dias: trabalha, tem as mesmas conversas tolas e rasas, volta para casa para uma mulher - que apesar de ser sua esposa - ele mal conhece. E acredita que é feliz, afinal deveria ser, não é?

Ia levando essa vida boba com tranquilidade, até que um dia, ao acaso, encontra Clarisse, sua vizinha de 16 anos, na esquina de sua casa. Ele se oferece para acompanhá-la até em casa e os dois vão conversando. Clarisse começa a fazer perguntas a Guy sobre coisas que ele nunca tinha pensando a respeito. Pergunta sobre sua profissão, se ele nunca leu nenhum dos livros que deveria queimar... Ela faz com que ele pense. E claro, consequentemente ele vai começar a se meter em problemas a partir dai.

Esse conversa é seguida por um acontecimento. Guy está no trabalho, quando uma chamada é feita. Eles tem que queimar um biblioteca que foi descoberta. Essas coisas são corriqueiras para Guy, então tudo está normal. Só que algo acontece. Uma mulher está lá, ela se recusa a sair de perto de seus livros. Ela fica, para ser queimada junto com eles. Para o restante dos bombeiros, ela é simplesmente uma louca que cometeu suicídio. No entanto, aquilo mexe com a cabeça de Guy Montag. Porque alguém morreria com seus livros?

É essa curiosidade que faz com que Guy roube um livro. A partir dai, tudo muda. Aos poucos, ele vai percebendo a realidade da sociedade que o oprimi. Que o impede de pensar.

Existem dezenas de críticas e metáforas em Fahrenheit 451. Crítica ao nazismo, a sociedade autoritarista, mostra a paixão do autor pelos livros,  o que a falta de conhecimento pode fazer com as pessoas, o modo como elas são facilmente manipuláveis e moldáveis, como acreditam rapidamente em uma falsa felicidade e como, na maior parte das vezes, odeiam pensamentos e indagações que as deixam confusas e que as obrigam a descobrir coisas perturbadoras.

Até o nome dos personagens principais tem sacadas geniais. Guy Montag - Montag é o nome de uma fabrica de papéis, e Faber - que é o nome de um outro personagem que aparece ao longo da trama, faz alusão a Faber Castell, que como você sabe é uma marca de lápis.

O livro tem uma narrativa muito simples e gostosa. A leitura flui rapidamente e você vai ler em uma questão de pouquíssimo tempo. O final do livro, é genial. Mesmo que você não seja um fã de clássicos, tenho certeza que vai gostar e não terá nenhum dificuldade com esse.

Vai ficar assustado com as coisas que um livro com pouco mais de 200 páginas pode levar você a pensar. Afinal, é sobre tudo isso que a história se trata. Fico espantada, cada vez que penso nesse livro descubro mais sacadas geniais.

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Quotes!

" - Você está se arriscando muito.
  - Este é o lado bom de morrer; quando você não tem mais nada a perder, corre o risco que quiser." pág.123 

" Entende agora por que os livros são odiados e temidos? Eles mostram os poros no rosto da vida. Os que vivem no conforto querem apenas rostos com cara de lua de cera, sem poros nem pêlos, inexpressivos." pág.121

" - Não julgue um livro pela capa - disse alguém. " pág.219

" - Todos devem deixar algo para trás quando morrem, dizia meu avô. Um filho, um livro, um quadro, uma casa ou parede construída, um par de sapatos. Ou um jardim. Algo que sua mão tenha tocado de algum modo, para que sua alma tenha para onde ir quando você morrer." pág. 220

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Um comentário

  1. Oi flor, não olhei nenhum e-mail que tratasse desse assunto.
    Poxa eu gostaria muito de participar mas eu estou super enrolada com resenhas e afins, está um pouco complicado. :(

    Abraços. Mar
    www.Imaginayre.com.br

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