Quote da Semana

"Se você vai tentar, vá até o fim.
Caso contrário, nem comece."

- Charles Bukowski.

O que há de errado com a felicidade?

A sensatez clama por Drummond.
   Na Dinamarca, existe um verbete que não possui equivalência em outros idiomas. Sendo assim, ele é, de certa forma, intraduzível. Hygge: termo usado para designar um estilo de vida com completa ausência de preocupações e aborrecimentos - com fartura de coisas alegres, agradáveis e simples. Pessoas vivendo com alegria e buscando a felicidade em momentos cotidianos.
  Embora viver todos os instantes feliz seja utópico - afinal, só se conhece a felicidade reconhecendo primeiramente a tristeza - e chato, é possível desfrutar de uma existência regada de instantes felizes, basta abandonar alguns estereótipos.

  O capitalismo, para a sua sobrevivência, associa a felicidade a posse de bens materiais. Assim, os indivíduos estão sempre em busca de algo para consumir - algo que satisfaça essa "felicidade fabricada", que se assemelha cada vez mais a uma obrigação. Contudo, o grande problema é o que essa "felicidade fabricada" acarreta ao indivíduo que a consegue. Logo que ele atinge a posse do objeto desejado, há um pequeno momento de triunfo e êxtase que, rapidamente, passa. Criando um ciclo no qual o indivíduo é bem mais infeliz e frustado, por conta da busca e do pós- êxtase.
  Status, materialismo e prazer, regem a definição contemporânea de felicidade. E, se esperava algo diferente do capitalismo? É assim que ele vende e sobrevive, preenchendo o vazio dos indivíduos de materialismo. A pessoa não precisa ser feliz, precisa "ter" a felicidade como um troféu. Dor, tristeza, são como defeitos. A "felicidade" é venerada e obrigatória. No meio disso, ninguém se lembra que a tristeza pode trazer bons frutos - livros, quadros, músicas - quantos não nasceram da tristeza?
   Os seres humanos querem estar sempre em um estado completo de felicidade. Não compreendem que, sem a tristeza ninguém conheceria a felicidade - que é justamente a ausência de sofrimento e inquetetude. E mais, o fato de ser efêmera é o que faz dela incrível.
   Conquistas ligadas ao dinheiro não causam nada além de ondas de prazer - não chegam nem perto de preencher vazios. Países com altos índices dessa "felicidade" tem também os maiores índices de suicídios - como na Dinamarca, Suíça e Suécia.
  Não existe nada de errado com a felicidade. As pessoas apenas estão relacionando-a com o prazer - tornando-a estressante. É preciso tornar a vida em si mais agradável, mais leve. Pequenas mudanças e momentos simples, podem ocasionar períodos inesperados de felicidade.
  Sendo assim, embora não seja possível viver continuamente em "Hygge", é possível desfrutar de muitos momentos assim. Basta mudar alguns focos e não tratar a felicidade como uma obrigação. Ela não necessita de motivos, não tem que ser esperada. Como escreveu o sábio Drummond: "Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade".
  E, como é de conhecimento universal, não se discute com Drummond.


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Um comentário

  1. Oie xará =)
    E não é que esse moço aí " Drummond" era um tinquim inteligente.
    Eu gosto muito de seus texto e pensamentos, sempre sensato e a frente do seu tempo. Belas palavras e muito verdadeiras, o ser humano no geral não está satisfeitos com os acontecimentos e o exemplo mais simples é : quando está muito sol, reclamam e pedem chuva, quando isso acontece, reclamam mais ainda e pede vento ~~ e assim suscetivamente. é trite!
    Beliscões da Máh <3
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